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Baba de Quiabo

Baba de quiabo

Ação, ebó performance, 2019

Quiabos, quartinha com água, vela, facas, enin, voal branco e um quadro

Corto uma saca de quiabos, sentado na mesma posição em que corto para Ṣàngó no terreiro.

Acendo uma vela, separo 12 quiabos grandes.

 

Dedos calejados, suor se mistura ao vegetal. Componho imagens com o movimento do corpo.

Água e dendê acrescento ao quiabo – cortado em cruz – vou misturando-os com as mãos – até que se crie uma massa escorregadia e babada.

Baba de Quiabo é gesto minucioso, uma ação com cheiro constante, voz embargada ao murmurar, sons do silencio.Experimento ao tempo.

 

Tiro a ração – dobro – e as guardo.

Nu -, acaricio meu corpo, me banho com a baba do quiabo – lentamente – me  cubro.

Cubro valas, feridas, orifícios.

O corpo fica babado, escorregadio, mesclado de baba e pedaços de quiabo.

Sugiro cura, que as feridas cicatrizem. Se quem ‘come quiabo não adquire doença’, imagina quem se banha?! (rsrsrs)

Baba de quiabo escUrrega, lubrifica  e esfoliia.

 

O Ebó fez parte da mostra Janeiro tem mais Artes no SESC Petrolina-PE.

O primeiro experimento da ação, foi um protesto durante o conartes, 2018. Um Ebó de praga.

 

Fotos: Fernando Pereira e Juliano Varela

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