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Despachar Èşù 

Despachar Èşù

Foto Instalação - Ebó de despacho, 2019

Pàdé de cachaça, pàdé de água, pàdé de dendê e pàdé  de mel. Terra.

                Laróyè Èşù! Èşù e Mo júbà!

Èşù é o primeiro  Òrìşà a ser revenciado, o primeiro a comer —  Òrìşà é santo que come.

O grande mensageiro, guardião dos Deuses Negros e do Espaço Sagrado, representa a força da comunicação, provocador ao dançar, tem  a sabedoria e domínio do corpo, entende e multiplica a sexualidade. Falo é genitália de homem e de mulher!

Compõe o trabalho fotografias, imagens abstratas que são rastros firmados em ritual, de Despachar o portão.

Os rastros demarcam o território, anunciam o espaço, a fé e a macumba. É o que fica após o pàdé ser despachado todo início de semana e toda vez em que o terreiro está em função.

O compilado de imagens formam um painel impresso em tecido de ração, juntamente exposto com farofas em alguidares, quartinha com água e um cordão de cabaças, que formam a instalação.

Durante o Àjọ̀dún de Èşù 2019, no Ilè Odé oké Asè Ògòdó, os registros foram feitos no pós função – que antecede a comemoração em agradecimento ao grande guardião da Egbẹ́.

No nosso terreiro tocamos e ofertamos ao Òrìşà no mês de dezembro, em ação de graça pela proteção e abertura de caminhos durante todo ano, é uma função restrita para a comunidade interna. Durante o preparo das oferendas, exige-se muita dedicação e labuta, são 3 dias de função, onde cuidamos dos assentamentos, confraternizamos e aprendemos observando os nossos mais velhos.

O terreiro se prepara para o novo ano, um novo ciclo de cultos aos Deuses Yorúbàs que se anuncia, é também um período de resguardo, em que o terreiro fecha as postas na espera do retornar desse ciclo novo.

 

 

Fotos: Acervo Pessoal

© 2022 Luiz Marcelo 

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