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MA|MONA

MA|MONA

Ebó-performance em vídeo e fotografia 2020

Folha de mamona, lama, quartinha de barro, alguidá de barro e dendê. Contas de Òsanyìn, Òṣàlá e cabaça (àkerègbè).

‘’A natureza reclamou,

Vento que venta não ventou,

O sol que brilha não brilhou,

Hoje trovejou"

 

(Os Ticuãs)

 

Folha de mamona e a argila são os elementos centrais nesse Ebó.

Mamona é sedativo, pode aquecer e até resfriar.

A mamona no candomblé é utilizada ora como sacudimentos para espantar o mau olhado, ora como refratário de sustento para o alimento sagrado em rituais nos terreiros, como ocorre nos banquetes oferecidos a Omolu, o Olùbàjè. Atótóo ó dé!

Ritual de cura e proteção de corpos negros. Manipular a terra em coletividade. Na prática, elaborar aparatos que contribuam com o processo de cura individual e coletiva.

Com o intuito de chamar a atenção para o extrativismo vegetal, utilizo a mamona como articulação e mediação entre corpo e território.

 

Colher e preparar folhas de mamona — misturo a barbotina com o dendê. Cubro as folhas de mamona verde, criando camadas que perecem com o tempo — camadas que protegem as folhas que protegem o corpo.

Ação de repetição – de movimento.

 

Estancar feridas coloniais — sobrepor a pele com folhas — camadas que criam mantos de proteção. Camadas fluidas — sobre histórias marcadas por silenciamentos, colonialidades, racismo.

(Re)construir narrativas ancestrais – tecnologias possíveis de cura. Preparar o corpo e o território para o futuro.

 

 

O vídeo Ebó-performance foi premiado pela FUNCEB, na mostra de vídeo arte no Calendário das Artes, 2020;

Foi premiado pelo ÚNICO, participou da mostra no #CulturaemRedeSescPe, 2020.

 

Abaixo fotografias do Ebó-performance apresentado no festival Aldeia Do Velho Chico, 2020.

 

Fotos: Abajur Soluções em Audiovisual.

 

© 2022 Luiz Marcelo 

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