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Abrir Passagi

Abrir Passagi - Estudos para petrificar folhas #2

Ebó-instalação, 2018

Aroeira, pinhão roxo, para-raio, alecrim, arruda, boldo e eucalipto

Folhas de Akòko petrificadas; cerâmica terracota , 2017-2018

2,10 m x 1,20 m

Motumbá, kolofé, Mukuiu, saudações!

Aos meus mais velhos. Aos  Òrìṣàs. Às águas e a todes.

Abrir Passagi é um caminho cruzado, uma encruzilhada lançada no rio, suspensa e assentada ao mesmo tempo.

Cruza o rio, entre margens, se impõe para ser reverenciada, abre o espaço.

Um caminho  de terra, mesmo que na forma de folha que foi petrificada.

Folhas coletadas nos territórios de fé e resistência.

Abrir Passagi é um Ebó-instalação de pedido de licença, de agradecimento e de rea­firmação da necessidade de se falar sobre.

 

É abertura de caminhos, é demarcação de espaço, é encruzilhada epistêmica.

Gostaríamos de iniciar pondo um intervalo no domínio da visibilidade. Gostaríamos de iniciar traçando uma cartografia que não depende da ideia de localização. Gostaríamos de iniciar propondo uma prática composicional indisciplinar e fugitiva. Gostaríamos de iniciar pensando a destruição do mundo como conhecemos como uma forma de cuidado. Gostaríamos de iniciar pela descolonização da matéria colonizada. Gostaríamos de iniciar com uma espada a cortar o mundo-ferida. Gostaríamos de iniciar com uma convulsão na gramática. Gostaríamos de iniciar com um acidente na percepção.

Jota Mombaça e Musa Michele Matiuzzi, Carta à leitora preta do fim dos tempos

400 molhos com sete ervas são suspensos - sobre um caminho de folhas de Akòko petrificadas que cobrem o chão. As folhas criam caminhos que desenham sons e entendem o tempo de repetir.

 

A obra participou da exposição  Ficções Cerâmicas – Políticas do Barro, na Mostra Flutuante, 2018.

 

Fotos: Juliano Varela

© 2022 Luiz Marcelo 

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